26 de agosto de 2011

Exposição "O Espírito da Floresta - Desenhando os Cantos do Nixi Pae"



Com Ibã  Huni Kuin, na Casa dos Povos Indígenas (antigo Kaxinawá). Além disso, artistas huni kuin do Rio Jordão apresentam show musical, tendo como convidados Seu Antonio Pedro e Banda Irapuru, e Shaneihu Yawanawá e Banda.

21 de agosto de 2011

Cantos de Trabalho - Mutirão - Leon Hirzman



Episódio gravado na cidade de Chã Preta - Alagoas .

A tradição do canto de trabalho coletivo no Brasil, em que influências indígenas se misturam às dos europeus e dos africanos, gradativamente  vem desaparecendo até mesmo nos meios rurais - onde sempre existiu.



Título: Cantos de Trabalho
Data: 1975-76
Diretor: Leon Hirszman
Produção:Brasil
Tema: Obra narrada por Ferreira Gullar que investiga o valor cultural das canções cantadas por trabalhadores no interior do Brasil


Cantos de Trabalho - Cacau - Leon Hirzman



A cantiga faz o trabalho menos árduo, torna os homens mais comunicativos e mais fraternos...


Cacau (1976)
Filmado na região de Itabuna, Bahia, o documentário recolho cantos e danças dos trabalhadores das roças de cacau, praticados nas atividades de extração e "pisa" da fruta.



Título: Cantos de Trabalho
Data: 1975-76
Diretor: Leon Hirszman
Produção:Brasil
Tema: Obra narrada por Ferreira Gullar que investiga o valor cultural das canções cantadas por trabalhadores no interior do Brasil

Cantos de Trabalho - Cana da açúcar - Leon Hirzman



Entre 1974 e 1976, Leon Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar em Feira de Santana, dos plantadores de cacau em Itabuna, de mutirões em Chã Preta. "É uma espécie de partido-alto do campo, uma roda de samba no trabalho" - afirma o cineasta que confessadamente caminhava na trilha aberta por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.

Cana-da-açúcar (1976)
Ao mesmo tempo em que transformam a natureza, certas atividades humanas, pelo seu caráter sazonal, criam manifestações culturais e artísticas muito particulares pela dimensão  e ritmo que contêm. Leon Hirszman registra na região de Feira de Santana, Bahia, as 
cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-acúcar.



Título: Cantos de Trabalho
Data: 1975-76
Diretor: Leon Hirszman
Produção:Brasil
Tema: Obra narrada por Ferreira Gullar que investiga o valor cultural das canções cantadas por trabalhadores no interior do Brasil



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=WM9bn4ygEno

Tanta gente pra comê... eu só pra socá...




Brasilianas, obra do cineasta Humberto Mauro, foi realizada durante o período em que Mauro esteve vinculado ao Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), 1936-1964. Trata-se de um conjunto de curtas-metragens que retratam o mundo folclórico e regionalista da zona rural, em um esforço do cineasta de resgatar os valores do trabalho do homem do campo.


Ficha de Informações do Filme
Título: Brasilianas: Cantos de Trabalho - Música Folclórica Brasileira
Duração: 10 min e 0 seg. 
Ano: 1955
Cidade: UF(s): País: Brasil
Gênero: Documentário
Subgênero: 
Cor: PB

Ficha Técnica
Direção: Humberto Mauro 
Roteiro: José Mauro
Empresa(s) Co-produtora(s): INCE - Instituto Nacional de Cinema Educativo
Direção Fotografia: José de Almeida Mauro
Fotografia de Cena: Não
Trilha Musical: Não
Trilha Original: Não
Descrições das Trilhas: Arranjos musicais: Aldo Taranto - Cenário musical: José Mauro

Dr. Cascudinho - Luís da Câmara Cascudo - Parte 2




O Especial apresenta a biografia do maior folclorista brasileiro de todos os tempos: Luís da Câmara Cascudo. O programa traz entrevistas com autoridades que conheceram e conviveram com o folclorista e com estudiosos de sua obra.
Luís da Câmara Cascudo nasceu em Natal no dia 30 de dezembro de 1898 e morreu na mesma cidade, em 30 de julho de 1986. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, foi como pesquisador dehábitos e costumes do brasileiro que Câmara Cascudo ficou conhecido. Lançou mais de 150 livros, entre eles o Dicionário do Folclore Brasileiro, que o destacou como folclorista em âmbito mundial. Escreveu ainda Rede de Dormir,História da Alimentação no Brasil e Nomes da Terra.

Dr. Cascudinho - Luís da Câmara Cascudo - Parte 1


 O Especial apresenta a biografia do maior folclorista brasileiro de todos os tempos: Luís da Câmara Cascudo. O programa traz entrevistas com autoridades que conheceram e conviveram com o folclorista e com estudiosos de sua obra.
Luís da Câmara Cascudo nasceu em Natal no dia 30 de dezembro de 1898 e morreu na mesma cidade, em 30 de julho de 1986. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, foi como pesquisador dehábitos e costumes do brasileiro que Câmara Cascudo ficou conhecido. Lançou mais de 150 livros, entre eles o Dicionário do Folclore Brasileiro, que o destacou como folclorista em âmbito mundial. Escreveu ainda Rede de Dormir,História da Alimentação no Brasil e Nomes da Terra.


20 de agosto de 2011

Estudos sobre folclore no Brasil: breve panorama

A palavra “folclore” foi criada, em 22 de agosto 1846, pelo pesquisador de cultura européia e antiquário inglês William John Thoms (1803-1885), para denominar um campo de estudos até então identificado como “antiguidades populares” ou “literatura popular”. Essa proposta foi publicada no jornal londrino “The Atheneum” e tinha como objetivo designar os registros dos cantos, das narrativas, dos costumes e usos dos tempos antigos. Thoms escolheu duas palavras de origem saxônica: “Folk”, que significa povo, e “Lore”, que significa saber, formando assim o “folk-lore”, ou a “sabedoria do povo”.  Com o tempo, a palavra foi sendo utilizada sem o hífen, tornando-se simplesmente “folklore” ou “folclore”, como foi usada no Brasil. Inclusive o dia do folclore – 22 de agosto – lembra o advento do conceito criado por Thoms. 

Folclore - Carybé

Nesse sentido amplo de “saber do povo”, a idéia de folclore designa muito simplesmente as formas de conhecimento nas criações culturais dos diversos grupos de uma sociedade. Em princípio, pensa-se o folclore a partir do conjunto de tradições culturais transmitidas, em geral, de forma oral e sem influência acadêmica, tais como as danças, músicas, manifestações religiosas, festas tradicionais, brincadeiras infantis, superstições, lendas, mitos, entre outras. Tem-se aí o contraponto entre a chamada cultura erudita e a cultura popular. Mas essa delimitação nunca é muito clara, pois onde começa e termina o folclore? Considera-se, por exemplo, a Festa do Divino uma manifestação do folclore ou cultura popular, mas o que pensar do desfile de escolas de samba?

Uma coisa que é clara é que o conceito de folclore e do que pode ser considerado folclore foi sendo modificado ao longo da história, de acordo com as discussões teóricas e vieses de várias linhas de pensamento. Para se ter uma idéia, no Brasil – no início do século XX – os estudos de folclore incidiam basicamente sobre a literatura oral, sobretudo a poesia popular, guiadas por correntes filosóficas e científicas vigentes na Europa.  

O musicólogo e folclorista brasileiro Renato Almeida (1895 – 1981) propôs uma aproximação com a Etnologia ou a Antropologia Cultural, onde o foco de estudo não fosse somente a literatura, mas outros aspectos da vida social e material, como o artesanato, as indumentárias, os instrumentos musicais e suas formas de execução, as danças, a culinária, etc. 

Mário de Andrade (1893 – 1945) também concordou com esta proposta, e buscou diálogo com as ciências sociais e humanas. Ele estruturou um curso de formação de folcloristas para orientar trabalhos de campo e criou a Sociedade de Etnografia e Folclore, que organizou um guia classificatório de folclore e propôs diretrizes para equipar museus de folclore. 

Em 1938, quando estava à frente do Departamento de Cultura de São Paulo, Mário de Andrade enviou um grupo de pesquisadores ao Norte e Nordeste para que registrassem, durante seis meses, os cantos e danças populares dessas regiões. A idéia era documentar com filmes, fotos e discos as manifestações encontradas por Mário de Andrade dez anos antes. Cada seção de gravação (aproveitada, também, para fotografias e filmagem) era antecedida por pesquisas orais, complementadas por registros mecânicos.  Consulte este riquíssimo acervo aqui.
Os Integrantes da Missão de Pesquisas Folclóricas:
Martin Braunwieser, Luis Saia, Benedicto Pacheco e Antonio Ladeira
mar/1938
Recife (PE) . Sem registro

Mais tarde, em 1946, Renato Almeida - que nesse momento era presidente do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBEC), do Ministério do Exterior e vinculada à Unesco – criou a Comissão Nacional de Folclore  (CNF).

Luís da Câmara Cascudo (1898 – 1986) também se destacou como grande estudioso
e divulgador do folclore brasileiro, produzindo uma obra fundamental para os estudos etnográficos e antropológicos no Brasil. O seu Dicionário do Folclore Brasileiro   (de 1954) é referência mundial para qualquer estudo sobre o assunto.  

Em 1951, a Carta do Folclore foi aprovada no I Congresso Brasileiro de Folclore. Ela dizia entre outras coisas que "constitui o fato folclórico a maneira de pensar, sentir e agir de um povo, preservada pela tradição popular e pela imitação, e que não seja diretamente influenciada pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam, ou à renovação e conservação do patrimônio científico humano, ou à fixação de uma orientação religiosa e filosófica" . Nesse documento registrou-se a definição do fato folclórico, elaborado com o consenso dos folcloristas brasileiros.  

Em decorrência das grandes transformações sociais e do avanço das ciências, nas últimas décadas, estudiosos da cultura popular propuseram uma releitura da Carta de 1951. Em dezembro de 1995, então, realizou-se o VIII Congresso Brasileiro do Folclore, em Salvador (BA).  Neste congresso foram atualizados os conceitos e considerou-se que: "o folclore é o conjunto de criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade".   


Fonte: Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo

Mais informações sobre folclore:

DVD sobre estudos de folclore:




Em busca da tradição nacional - 1947-1964 - inaugura a série Caminhos da Cultura Popular no Brasil e marca as comemoraçõees dos 50 anos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, como forma de destacar o esforço de tantos intelectuais brasileiros para o estudo e a preservação das expressões populares.


A partir de fotografias, gravações sonoras e filmes reunidos desde 1940 no acervo da Biblioteca Amadeu Amaral, o vídeo narra não só história da instituição como também um pouco da memória dos estudos de folclore e cultura popular no Brasil, a fim de preservar o trabalho já desenvolvido e fazer dele suporte para o desenvolvimento e a continuidade de pesquisas e estudos na área.

DVD Na ginga do boi: cultura, educação e arte no Brasil.





Editado a partir das experiências do Lenço de Seda-CECAB em seus 33 anos de práticas, o DVD é uma contribuição aos agentes culturais e educadores que pugnam em prol da valorização da cultura e da identidade nacional e pela busca de uma educação assentada em nossas singularidades ancestrais.


Referências de sites:


  1. Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) 
  2. Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira
  3. Revista Brasileira de Folclore
  4. Mário de Andrade: Missão de Pesquisas Folclóricas
  5. Comissão Nacional de Folclore
  6. Memória Viva: Luís da Câmara Cascudo
  7. Lenço de Seda - Cecab