12 de junho de 2011

Os deslimites da invenção


Vinicius Barros é biólogo por formação,  fotógrafo por  convicção e sensibilidade.  
 Vinicius é do Mato, do café com rapadura, do pito no canto dos lábios, dos dedos nodosos pela enxada...  Capaz de tranformar o aço em poesia, ele congela cenas-poemas,  síntese de  um olhar técnico de quem conhece as espécies da fauna e da flora e de  um entrosamento profundo com as pessoas e as coisas que fotografa. 


Passear pela galeria virtual de Vinícius do Mato é coisa bonita que faz a gente parar, contemplar apoiado no cabo da enxada e delirar. Suas imagens fazem a gente desenhar o cheiro das árvores, escutar a cor dos passarinhos. É porque ele não sabe que não tem jeito de desenhar o cheiro e nem que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.


 E como as coisas já estão cansadas de ser vistas por pessoas razoáveis, o que elas desejam mesmo é ser olhadas de azul, tudo faz pose para que este poeta da imagem tenha tempo de congelar o instante. É que Vinícius é também de Barros, como o poeta Manoel.

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